O Brasil católico e o conflito de identidade religiosa dos imigrantes alemães
Palabras clave:
religiosidade, catolicismo, judaísmo, protestantismo, imigrantes, alemãesResumen
A sociedade brasileira recebeu inúmeras levas de imigrantes europeus. No século XIX e na primeira década do XX, destacam-se a entrada de imigrantes germânicos, portadores de diferentes experiências culturais. Admirados no início do processo imigratório, estes indivíduos passaram a ser vistos como nefastos para a formação do povo brasileiro. Diante de um Estado que firmava a identidade nacional através da ótica do branco, católico e agricultor, os imigrantes alemães perderam suas referências nacionais e passaram a ser vistos sob o prisma da exclusão: eram protestantes ou judeus. Neutralizou-se a exaltação da germanidade e o conflito contra estes imigrantes centrou-se em questões de natureza religiosa; não eram mais alemães, eram não católicos. Este trabalho analisa o conflito religioso entre o catolicismo, o judaísmo e o protestantismo, que envolveu imigrantes alemães e seus descendentes no Brasil, quando sua identidade nacional foi substituída pela sua religiosidade considerada inassimilável pelo governo brasileiro dos anos de 1930. A resistência às crenças não católicas foi recorrente na América Latina, o que permite um diálogo entre esta pesquisa e outros estudos sobre restrições religiosas a comunidades imigrantes.
Citas
<ul>
<li>Bejzman, Grete Blumenthal, Wolff, Cláudio Henrique (2001), “Glossário”, em: G. Wiener Blumenthal (org.), Em terras gaúchas: a história da imigração judaico-alemã, Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, Porto Alegre.
<li>Berdichevski, Ivone Herz (2001), “A adaptação”, em: G. Wiener Blumenthal (org.), Em terras gaúchas: a história da imigração judaico-alemã, Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, Porto Alegre.
<li>Cancelli, Elizabeth (1993), O mundo da violência: a polícia da era Vargas, Ed. da Universidade de Brasília, Brasília.
<li>Carneiro, Maria Luiza Tucci (1988), Preconceito racial no Brasil-Colônia: os cristãos-novos¸ Brasiliense, São Paulo.
<li>Carneiro, Maria Luiza Tucci (1995), O Anti-Semitismo na Era Vargas: fantasmas de uma geração (1930-1945), Brasiliense, São Paulo.
<li>Cunha, Jorge Luiz da (2014), “Prefácio”, em: C. de Quadros (org.), Uma gota amarga; itinerários da nacionalização do ensino no Brasil, Ed. da UFSM, Santa Maria.
<li>Cunha, Manuela Carneiro da (1987), Antropologia do Brasil: mito, história, etnicidade, Brasiliense, São Paulo.
<li>Dreher, Martin N. (1983), Igreja e Germanidade, Sinodal, Leopoldo.
<li>Fachel, José Plínio Guimarães (2002), As violências contra alemães e seus descendentes, durante a Segunda Guerra Mundial, em Pelotas e São Lourenço do Sul, UGUFPEL, Pelotas.
<li>Gaelzer, Vejane (2012), “A identidade do imigrante: encontros e desencontros”. em: E. Fernandes, R.M. Neumann, R. Weber (org.), Imigração: diálogos e novas abordagens, Oikos, São Leopoldo.
<li>Gertz, René Ernaini (2014), “Etnias e nacionalização no sul do Brasil”, C. de Quadros (org.), Uma gota amarga; itinerários da nacionalização do ensino no Brasil, Ed. Da UFSM, Santa Maria.
<li>Gutfreind, Ieda (2001), “O Rio Grande do Sul: história e imigração”, em: G. Wiener Blumenthal, (org.), Em terras gaúchas: a história da imigração judaico-alemã, Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, Porto Alegre.
<li>Hermann, Jacqueline (1997), “História das religiões e religiosidades”, em: R. Cardoso Vainfas, F. Ciro (org.), Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia, Campus, Rio de Janeiro.
<li>Iotti, Luisa Horn (2001), Imigração e colonização: legislação de 1747 a 1915, Educs, Caxias do Sul.
<li>Lesser, Jeffrey (1995), O Brasil e a questão judaica: imigração, diplomacia e preconceito, Imago, Rio de Janeiro.
<li>Lia, Cristine Fortes (2004), Bons cidadãos: a comunidade judaica do Rio Grande do Sul durante o Estado Novo (1937-1945), Tese (Doutorado em História), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
<li>Milgram, Avraham (1994), Os judeus do Vaticano: a tentativa de salvação de católicos nãoarianos da Alemanha ao Brasil através do Vaticano 1939-1942, Imago, Rio de Janeiro.
<li>Milke, Daniel Roberto (2003), O integralismo na capital gaúcha: espaço político, receptividade e repressão (1934-1938), Dissertação (Mestrado em História), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
<li>Moreira, Marli Merker (1994), “O conceito de nacionalização: a linguagem de Aurélio da Silva Py: A Quinta Coluna no Brasil”, em: T.L. Muller (org.), Nacionalização e imigração alemã, EdUNISINOS, São Leopoldo.
<li>Nascimento, Dorval do (2014), “Brasilidades, lusitanidades, germanidades: a política de nacionalização do ensino primário e as disputas em torno da Nação (1934-1945)”, em: C. de Quadros (org.), Uma gota amarga; itinerários da nacionalização do ensino no Brasil, Ed. da UFSM, Santa Maria.
<li>Py, Aurélio da Silva (1942), A 5ª coluna no Brasil: a conspiração nazi no Rio Grande do Sul, Livraria do Globo, Porto Alegre.
<li>Radünz, Roberto (1996), Do poder de Deus depende¸ Udunisc, Santa Cruz do Sul.
<li>Radünz, Roberto (2009), A terra da liberdade: o luteranismo gaúcho do século XIX, Educs, Edunisc, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul.
<li>Schwartzman, Simon (1984), Tempos de Capanema, Paz e Terra, EdUSP, Rio de Janeiro, São Paulo.
<li>Silva, Eliane Moura da (2010), “Estudos de religião para um novo milênio”, em: L. Karnal, (org.), História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas, Contexto, São Paulo.
<li>Souza, J. P. Coelho de (1941), Denúncia: o nazismo nas escolas do Rio Grande, Thurmann, Porto Alegre.
<li>Wachholz, Wilhelm (2012), “Identidades religiosas em confronto: o caso do Deutsches Volksblatt (católico) e Sonntagsblatt für die evangelischen Gemeinden in Brasilien e Deutsche Post (protestantes)”, em: E. Fernandes, R.M. Neumann, R. Weber (org.), Imigração: diálogos e novas abordagens, Oikos, São Leopoldo.
</ul>
<b>Periódicos</b>
<ul>
<li>A Opinião Pública, Pelotas, 1910 a 1945.
<li>Correio do Povo, Porto Alegre, 1935 a 1945.
<li>O Integralista, Porto Alegre, 1934.
<li>Unitas, Porto Alegre, 1930 a 1945.
</ul>
<b>Documentos utilizados</b>
<ul>
<li>Livros de Ocorrências da Polícia Civil de Porto Alegre (1935 a 1945), Museu da ACADEPOL.
<li>Documentação da Secretaria de Segurança Pública e da Casa de Correção de Porto Alegre: Matrícula dos presos recolhidos à Casa de Correção (1935 a 1939); Livro dos Sentenciados (1937 a 1939); Registro de condenados (1926 a 1948); Ofícios recebidos da Brigada Militar e Exército (1939 a 1946); Registro de tratamento Médico (1941 a 1945), Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
<li>Relatórios da Brigada Militar (1940 a 1943) - Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
<li>Documentação do DOPS. Pastas: Corpo de Guardas Civis de Porto Alegre (1931 a 1939); Colônia Penal Agrícola (1942); Chefatura de Polícia e Repartição Central de Polícia de Porto Alegre (1939); Secretaria do Interior (1942); Informações sobre sócios da “VAE” (1942); Relação de agentes nazistas, em serviço de espionagem no território nacional, a serem detidos (1942); Relação de nomes de pessoas envolvidas em espionagem (1942); Relação de presos de nacionalidade alemã (1942); Reclamação feita pelo cônsul de Espanha, sobre o tratamento de presos políticos alemães (1942); Documentação relativa ao DOPS e a elementos estrangeiros (1942), Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
</ul>
<li>Bejzman, Grete Blumenthal, Wolff, Cláudio Henrique (2001), “Glossário”, em: G. Wiener Blumenthal (org.), Em terras gaúchas: a história da imigração judaico-alemã, Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, Porto Alegre.
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<li>Radünz, Roberto (1996), Do poder de Deus depende¸ Udunisc, Santa Cruz do Sul.
<li>Radünz, Roberto (2009), A terra da liberdade: o luteranismo gaúcho do século XIX, Educs, Edunisc, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul.
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<li>Silva, Eliane Moura da (2010), “Estudos de religião para um novo milênio”, em: L. Karnal, (org.), História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas, Contexto, São Paulo.
<li>Souza, J. P. Coelho de (1941), Denúncia: o nazismo nas escolas do Rio Grande, Thurmann, Porto Alegre.
<li>Wachholz, Wilhelm (2012), “Identidades religiosas em confronto: o caso do Deutsches Volksblatt (católico) e Sonntagsblatt für die evangelischen Gemeinden in Brasilien e Deutsche Post (protestantes)”, em: E. Fernandes, R.M. Neumann, R. Weber (org.), Imigração: diálogos e novas abordagens, Oikos, São Leopoldo.
</ul>
<b>Periódicos</b>
<ul>
<li>A Opinião Pública, Pelotas, 1910 a 1945.
<li>Correio do Povo, Porto Alegre, 1935 a 1945.
<li>O Integralista, Porto Alegre, 1934.
<li>Unitas, Porto Alegre, 1930 a 1945.
</ul>
<b>Documentos utilizados</b>
<ul>
<li>Livros de Ocorrências da Polícia Civil de Porto Alegre (1935 a 1945), Museu da ACADEPOL.
<li>Documentação da Secretaria de Segurança Pública e da Casa de Correção de Porto Alegre: Matrícula dos presos recolhidos à Casa de Correção (1935 a 1939); Livro dos Sentenciados (1937 a 1939); Registro de condenados (1926 a 1948); Ofícios recebidos da Brigada Militar e Exército (1939 a 1946); Registro de tratamento Médico (1941 a 1945), Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
<li>Relatórios da Brigada Militar (1940 a 1943) - Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
<li>Documentação do DOPS. Pastas: Corpo de Guardas Civis de Porto Alegre (1931 a 1939); Colônia Penal Agrícola (1942); Chefatura de Polícia e Repartição Central de Polícia de Porto Alegre (1939); Secretaria do Interior (1942); Informações sobre sócios da “VAE” (1942); Relação de agentes nazistas, em serviço de espionagem no território nacional, a serem detidos (1942); Relação de nomes de pessoas envolvidas em espionagem (1942); Relação de presos de nacionalidade alemã (1942); Reclamação feita pelo cônsul de Espanha, sobre o tratamento de presos políticos alemães (1942); Documentação relativa ao DOPS e a elementos estrangeiros (1942), Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
</ul>
