Entre liberdade individual e saúde coletiva: saberes e práticas em caso de descontinuidade do tratamento da tuberculose
Palabras clave:
tuberculose, liberdade individual, tratamento, saúde pública, riscoResumen
A tuberculose permanece causando sofrimento humano e morte em pleno século XXI, representando um relevante problema de saúde pública. O artigo analisa os conflitos entre a liberdade individual e a saúde pública relacionados ao tratamento da tuberculose e como eles são percebidos e gerenciados pelos profissionais e contatos envolvidos no processo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com os contatos dos portadores de tuberculose, bem como, com os profissionais de saúde da Vigilância Epidemiológica e da Estratégia Saúde da Família, envolvidos no Controle da Tuberculose no município de Araçuaí - MG. Na análise dos dados verificou-se a tensão entre a liberdade individual e a saúde pública, evidenciando que a descontinuidade do tratamento se relaciona com os dois sentidos políticos de liberdade. Enquanto no sentido negativo a pessoa é considerada livre quando nenhuma pessoa ou grupo interfere em suas ações, no sentido positivo, a liberdade é compreendida como a autodeterminação do indivíduo. Portanto, considerando os riscos que a liberdade na decisão por não aderir ao tratamento (sentido positivo) pode acarretar para a coletividade, a concepção de liberdade negativa aplicada pelo sistema de saúde brasileiro está baseada na interferência, exigindo condutas e estratégias diante desses casos.
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