“Entre encantados e outras criaturas sobrenaturais”: A identidade linguístico-cultural híbrida do Brasil e da Argentina em narrativas orais

Autores/as

Palabras clave:

narrativas orais, lenda, identidade, cultura, hibridismo

Resumen

As narrativas orais estão presentes em todas as culturas conhecidas. Na América Latina, as culturas e povos são mestiços, híbridos, nascidos de séculos de influência e imposição linguística e cultural dos colonizadores europeus e o contato com diferentes contingentes populacionais. O artigo tem como objetivo discutir as narrativas orais afiliadas ao lendário argentino e brasileiro como práticas sociocomunicativas reveladoras dessa identidade híbrida, que como tal deve ser entendida como parte constitutiva da identidade cultural dos falantes que as produzem. Para tanto, recorremos aos estudos da linguagem e culturais que advogam por uma noção interativa e socio-historicamente situada da língua e estudos da narração, a identidade e o discurso ficcional, ao mesmo tempo que, buscamos construir um percurso que possibilite a discussão de alguns conceitos que julgamos relevantes para o estudo. A metodologia adotada é de natureza qualitativa de cunho interpretativista, tendo como objeto de análise narrativas orais e escritas retiradas de dois corpora, um recolhido na periferia urbana de Buenos Aires e o outro no interior de Santarém, Pará, Brasil.

Citas

Andreani, H. (2014). Quichuas, picardías y zorros: Conflictos y táctica de una comunidad bilingüe. Universidad Nacional de Santiago del Estero.

Auroux, S. (1992). A revolução tecnológica da gramatização. Unicamp.

Bennett, G. (1988). Legend: Performance and truth. In G. Bennett & P. Smith (eds.), Monsters with iron teeth: Perspectives on contemporary legend (v. III, pp. 13–36). Sheffield Academic Press.

Borges, A. S., & Figueira-Cardoso, S. (2022). A Common archetype: Imaginary and linguistic-discursive analysis of the heroic feminine in Brazilian and Polish folk narratives. Ameryka Łacińska. Kwartalnik analityczno-informacyjny, 30(3), 101–122.

Cascudo L. C. (2005). Dicionário do folclore brasileiro. Ediouro.

Crowley, T. (2007). Field linguistics: A beginner's guide. Oxford University Press.

Dégh, L. (2001). Legend and belief: Dialectics of a folklore genre. Indiana University Press.

Dixon, R. M. W. (1996). Origin legends and linguistic relationships. Oceania, 67(2), 127–139. https://doi.org/10.1002/j.1834-4461.1996.tb02587.x

Dubin, M. (2019). Enseñanza de la literatura, formación de lectores y discursos educacionales: El problema de las culturas populares en el cotidiano escolar [Tese de doutorado, Universidad Nacional de La Plata]. SEDICI. Repositorio Institucional de la UNLP. http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/82835

Durand, G. (1988). A imaginação simbólica. Cultrix.

Dussel, E. (1992). El encubrimiento del Otro: Hacia el origen del “mito de la Modernidad”. Plural.

Figueira-Cardoso, S. (2018). As lendas da Amazônia como recurso no ensino-aprendizagem intercultural de Português Língua Estrangeira. [Tese de mestrado, Universidade do Porto]. Repositório Aberto da Universidade do Porto. https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/112690/2/272322.pdf

Figueira-Cardoso, S., & Borges, A. S. (2021). Brief history of general languages and language policies in colonial Brazil. Bucharest Working Papers in Linguistics, 23(1), 79–94. https://doi.org/10.31178/BWPL.23.1.4

Geertz, C. (1994). Conocimiento local: Ensayo sobre la interpretación de las culturas. Paidós.

Geertz, C. (2003). La interpretación de las culturas. Gedisa.

Iseke, J. (2013). Indigenous storytelling as research. International Review of Qualitative Research, 6(4), 559–577. https://doi.org/10.1525/irqr.2013.6.4.559

Iser, W. (2002). Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional. In L. C. Lima (ed.), Teoria da Literatura em suas fontes (v. 2, pp. 955–987). Civilização Brasileira.

Jabouille, V. (1994). Iniciação à ciência dos mitos (2a ed.). Francisco Lyon de Castro; Inquérito.

Kovach, M. (2009). Indigenous methodologies: Characteristics, conversations, and contexts. University of Toronto Press.

Lagorio, C. A. (2009): Léxico, dicionários e tradução no período colonial hispânico. Alea: Estudos Neolatinos, 11(2), 309–320. https://doi.org/10.1590/S1517-106X2009000200009

Marcuschi, L. A. (2008). Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Parábola.

Martínez Sarasola, C. (2005). Nuestros paisanos los índios. Emecé.

Mignolo, W. (2008). Desobediência epistêmica: A opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, (34), 287–324.

Minichiello, V., Aroni, R., Timewell, E., & Alexander, L. (1995). In-depth interviewing. Longman Australia.

Moura, H. L. M. (2013). Atividades de referenciação em narrativas afiliadas ao universo do lendário da Amazônia: Implicações sociocognitivas e culturais. [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. Repositório Institucional UFC. https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/8896

Nascimento, G. (2019). Racismo linguístico: Os subterrâneos da linguagem e do racismo. Letramento.

Paiva, V. L. M. O. (2019). Manual de pesquisa em estudos linguísticos. Parábola.

Polkinghorne, D. E. (1988). Narrative knowing and human sciences. State University of New York Press.

Preti, D. (ed.). (1999). O discurso oral culto (2a ed., v. 2). Humanitas Publicações; FFLCH/USP.

Rajagopalan, K. (2010). The English, globalization and Latin America: Possible lessons from the ‘Outer Circle’. In M. Saxena & T. Omoniyi (eds.), Contending with globalization in World Englishes (pp. 175–195). Multilingual Matters. https://doi.org/10.21832/9781847692764-012

Ribeiro, D. (1995). O Povo Brasileiro. Companhia de Letras.

Rockwell, E (2009). La experiencia etnográfica: Historia y cultura en los procesos educativos. Paidós.

Santos, B. S. (1998). La globalización del derecho: Los nuevos caminos de la regulación y la emancipación. IlSA; Universidad Nacional de Colombia.

Schaden, F. S. G. (1949). Índios e caboclos: Páginas de etnografia e folclore. Departamento de Cultura, Divisão do Arquivo Municipal, São Paulo.

Semán, P. (2006). Bajo continuo: Exploraciones descentradas sobre cultura popular y masiva. Gorla.

Simões, S. (2014). Literatura oral, memória e imaginário. In L. M. Nascimento, R. Mibielli & D. A. Fiorotti (eds.), Nós da Amazônia: Literatura, cultura e identidade na/da Amazônia (pp. 75–83). Letra Capital.

Skutnabb-Kangas, T., & Phillipson, R. (1996). Linguicide and linguicism. In H. Goebl et al. (eds.), Contact linguistics: An international handbook of contemporary research. Handbooks of linguistics and communication science (pp. 667–675). Walter de Gruyter & Co. https://doi.org/10.1515/9783110132649.1.6.667

Viñas, D. (2003). Indios, ejército y frontera. Santiago Arcos.

Wawzyniak, J. V. (2012). Humanos e não-humanos no universo transformacional dos ribeirinhos do rio Tapajós–Pará. Mediações, Revista de Ciências Sociais, 17(1), 17–32. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2012v17n1p17

Publicado

2022-12-31