Arandu eté e la arte de contar histórias
Palabras clave:
povos indígenas, oralidade, memória, história, decolonialidadeResumen
Este artigo tem duas inspirações fundamentais: o texto “O narrador” de Walter Benjamin e a cosmologia dos povos e comunidades tradicionais, especialmente dos povos indígenas, que tem como um de seus pilares a oralidade ou oratura como principal instrumento de transmissão do conhecimento. Nosso objetivo é reforçar a arte de narrar, tendo em vista o risco oferecido pelo avanço das novas tecnologias de informação e comunicação na ordem neoliberal, que nos retira da beleza do presente tempo, a troca afetiva de olhares e gestos, fundamental nessa forma ancestral de comunicação. Para isso, faremos uma reflexão teórica sobre os conceitos de memória e história, mobilizando a perspectiva da “história do contrapelo” de Walter Benjamin, para lançar luz sobre a necessária refundação da forma como contamos a história brasileira, aquela que deslegitima e horroriza as vozes e perspectivas dos povos e grupos oprimidos.
Citas
Benites, Sandra Ara Reté (2015). Nhe’ẽ, reko porã rã: nhemboea oexakarẽ Fundamento da pessoa guarani, nosso bem-estar futuro (educação tradicional): o olhar distorcido da escola. https://licenciaturaindigena.ufsc.br/files/2015/07/Sandra-Benites_TCC.pdf
Benjamin, W. (1940). Teses sobre o conceito de história. http://www.proibidao.org/wp-content/uploads/2011/10/Sobre-o-conceito-de-historia_Walter-Benjamin.pdf
Benjamin, W. (1987). Magia e técnica, arte e política (3ª ed). Brasiliense.
Bessa Freire, J. R. (2000). Cinco ideias equivocadas sobre o índio. Revista do Centro de Estudos do Comportamento Humano, (1), 17¬¬–33.
Bloch, M. (2001). Apologia da história ou o ofício do historiador. Jorge Zahar.
Brasil. (1998). Referencial curricular nacional para escolas indígenas. MEC; SEF; DPEF.
Carr, E. H. (1982). Que é História? Paz e Terra.
Delgado, L. de A. (2003). História oral e narrativa: Tempo, memória e identidades. Autêntica.
Henriques, C., Almeida Brandt, M. E., Diniz Junqueira, R., & Chamusca, A. (Org.). (2007). Gênero e diversidade sexual na escola: Reconhecer diferenças e superar preconceitos. Ministério da Educação. https://www.gov.br/mec/pt-br/media/pronacampo/pdf/bib_cad4_gen_div_prec.pdf
Konder, L. (1999). Marx: Vida e obra. Paz e Terra.
Maciel, I., Bessa Freire, J. R., Melhem Santos, N. M. N. (Org.). (2007). Te mandei um passarinho. Ministério da Educação.
Meato, J. A. (2018). Ensinando História a Contrapelo: Reflexões benjaminianas. Revista Encontros, 16(31), 33-48.
Pacheco de Oliveira, J., & Freire, C. A. da R. (2006). A presença indígena na formação do Brasil. MEC; Secad; LACED; Museu Nacional.
Santos, B. de S. (2021). O fim do império cognitivo: A afirmação das epistemologias do Sul. Autêntica.
Santos, M. (2003). Por uma outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. Record.
Saviani, D. (2008). Escola e Democracia. Autores Associados.
Silva, K. V., & Silva, M. H. (2009). Dicionário de conceitos históricos. Contexto.
Veyne, P. (1998). Como se escreve a história e Foucault revoluciona a história. UnB.