A Promovendo a vitalidade linguística das línguas macuxi e wapixana em Roraima (Brasil) em ações para a reversão no processo de substituição de língua
Palabras clave:
vitalidade, wapixana, macuxi, reversão da substituição de línguaResumen
As línguas macuxi e wapixana são as línguas indígenas mais conhecidas no estado de Roraima, dentre Taurepang, Yanomami, etc. São cooficiais nos municípios do Bonfim e Cantá. Apesar disso, as duas línguas são consideras línguas em risco de extinção. Este trabalho examina o caso particular dessas duas línguas indígenas brasileiras tomando como partida as ações já implementadas que visam a revitalização e manutenção das mesmas. Toma-se como estudo de caso programas radiofônicos que foram executados para o conhecimento e aprendizagem das línguas. Essas ações são consideradas enquanto se discutem pontos relacionados à possibilidade ou não de uma reversão do processo de substituição de língua (reversing language shift) da qual as duas línguas em foco são passíveis. Encerram-se as reflexões com a enumeração não exaustiva de ações complementares que focalizem a vitalidade dessas línguas mais do que os fatores que as colocam em risco.
Citas
Abbott, M. (1976). Estrutura oracional da língua Makuxi. Série Lingüística, (4), 231–266.
Abbott, M. (1985). Subordinate clauses in Macushi. In D. L. Fortune (Org.), Porto Velho Workpapers (pp. 254–267). Summer Institute of Linguistics.
Abbott, M. (1991). Macushi. In D. C. Derbyshire & K. P. Geoffrey (Orgs.), Handbook of Amazonian Languages (pp. 23–160). De Gruyter.
Abbott, M. (2003). Let’s read and write Makusi: A transition manual. Guyana Book Foundation; North Rupununi District Development Board.
Almeida, M. N. P. (2017). Aspectos sintáticos das posposições em Wapixana (Aruák). [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Roraima].
Amaral, L., Leandro, L., & Autuori, A. (2017). Gramática pedagógica da língua Wapichana. Museu do Índio.
Amaral, L. (2018). Describing Wapichana asymetric negation. In B. Hollebrandse, J. Kim, A. Pérez-Leroux & P. Sshulz (Orgs.), Thoughts on mind and grammar: A festschrift in honor of Tom Roeper. University of Massachusetts Occasional Papers in Linguistics.
Amodio, E., Vicente, P., & Silveira, P. S. (1996). Língua Makuxi: Makusi Maimu: Guias para a aprendizagem e dicionário da língua Makuxi. Diocese de Roraima.
Araújo, P. J. P., & Bentes, T. (2020). Línguas de sinais fronteira: O caso da LSV no Brasil. Revista Humanidades & Inovação, (7), 125–135.
Araújo, P. J. P., & Oliveira, A. F. (2021). Línguas de sinais emergentes no Brasil: O caso da língua de sinais Macuxi. Norte@mentos, (14), 224–240. https://doi.org/10.30681/rln.v14i37.7756
Baraby, A.-M. (2012). Reference grammars for speakers of minority languages. Language Documentation & Conservation Special Publication, (4). 78–101.
Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico. DIFEL.
Cadete, C. M. (1990). Dicionário Wapichana-Português, Português-Wapichana. Loyola.
Campbell, L. (2017). On how and why languages become endangered: Replay to Mufwene. Language, 93(4), 224–233. https://doi.org/10.1353/lan.2017.0066
Carneiro, J. P. (2007). A morada dos Wapichana: Atlas toponímico da região indígena Serra da Lua – RR [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo].
Carson, N. M. (1982). Phonology and morphosyntax of Macuxi (Carib). University of Kansas.
Carson, N. M. (1983). Recentes Desenvolvimentos em Macuxi (Caribe). Cadernos de Estudos Lingüísticos, (4), 89–104.
Cunha, C. M. (2004). Um estudo de fonologia da língua Makuxi (karib): Interrelações das teorias fonológicas [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. Base Acervus, Sistema de Bibliotecas da Unicamp. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2004.304133
Derbyshire, D. C. (1987). Morphosyntactic areal characteristics of Amazonian languages. International Journal of American Linguistics 53(3), 311–326. https://doi.org/10.1086/466060
Derbyshire, D. C. (1991). Are Cariban languages moving away from or towards ergative systems? Work papers of the Summer Institute of Linguistics, University of North Dakota Session, 1–29. https://doi.org/10.31356/silwp.vol35.06
Di Carlo, P., & Good, J. (2017). The vitality and diversity of multilingual repertoires: Commentary on Mufwene. Language, 93(4), 254–262. https://doi.org/10.1353/lan.2017.0069
Elango, V., Coutinho, I., & Lima, S. (2020). A language vitality survey of Macuxi, Wapichana and English in Serra da Lua, Roraima (Brazil). In W. de L. Silva & K. Riestenberg (Orgs.), Collaborative approaches to the challenge of language documentation and conservation: Selected papers from the 2018 Symposium on American Indian Languages (SAIL) (pp. 123-151). University of Hawai'i Press.
Farage, N. (1997). As flores da fala: Práticas retóricas entre os Wapishana [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo]. https://doi.org/10.1590/S0102-69091998000300007
Fishman, J. A. (2013). Language maintenance, language shift, and reversing language shift. In T. K. Bhatia & W. Ritchie (Eds.), The handbook of bilingualism and multilingualism. Wiley-Blackwell. https://doi.org/10.1002/9781118332382.ch19
George, C., Joseph, L., Xavier, F., & Noble Jr., K. G. (1965). Linguistic materials on Indigenous languages of Guyana. Survey of California and Other Indian Languages, University of California at Berkeley.
Gildea, S. (2008). Explaining similarities between main clauses and nominalized clauses. Amérindia, (32), 57–75.
Gouvêa, A. C. de S. L. (1993). O parâmetro da ergatividade e a língua karibe macuxi [Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro].
Gramling, D. (2016). The invention of monolingualism. Bloomsbury.
Hawkins, W. N. (1950). Patterns of vowel loss in Macushi (Carib). International Journal of American Linguistics 16(2), 87–90. https://doi.org/10.1086/464069
Hodsdon, C. A. (1976). Análise de cláusulas semânticas na língua makúsi. Série Lingüística, (5), 267–300.
IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. (2012). Os indígenas no Censo Demográfico 2010: Primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. IBGE.
Juvêncio, V. F. (2012). Senuwapainîkon maimukonta: Makuusi maimu [Vamos estudar na nossa língua]. Universidade Federal de Roraima.
Kager, R. (1997). Rhythmic vowel deletion in Optimality Theory. In I. Roca (Org.), Derivations and constraints in phonology (pp. 463–499). Oxford University Press.
Leandro, W. M. (2017). Instrumento de testagem para investigar o conhecimento linguístico de crianças bilíngues em comunidades indígenas [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Roraima].
Macdonell, R. B. (1994). La phonologie du Makuxi, langue caribe: Une analyse fonctionnelle [Tese de mestrado, Université Laval].
Macdonell, R. B. (2003). Le renard et le singe : Les emprunts et les alternances de code entre le Makuxi, langue Caribe et le Portugais du Brésil [Tese de doutorado, Université Laval].
Macdonell, R. B. (org.). (2020). Makuusipe karemet’pe awanî = uma gramática pedagógica da língua Macuxi. EdUFRR.
Macdonell, R. B., Deshaies, D., & Paradis, C. (2000). Emprunts et alternances de code entre le makuxi, langue caribe, et le portugais bresilien. In É. Kavanagh (Org.), Actes des XIIIes Journées de linguistique et tenues les 25 et 26 mars 1999 à l’Université Laval (pp. 121–129). Université Laval.
Machado, A. (2016). Kuadpayzu,tyzytaba’u na’ik marynau: Aspectos de uma história social da língua Wapixana em Roraima (1932-1995) [Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro].
Machado, A., & Buenafuente, S. M. F. (2020). Fortalecimento e expansão das línguas indígenas Macuxi e Wapichana em Roraima/Brasil. Diadorim, 22(1), 129–153. https://doi.org/10.35520/diadorim.2020.v22n1a31714
Mayer, R. P. A. (1951). Lendas Macuxís. Journal de la société des Américanistes, (40), 67–87. https://doi.org/10.3406/jsa.1951.2540
Miguel, F. F. (2018). Plural em Macuxi [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Roraima].
Moore, D. (2011). Línguas indígenas. In H. Mello, C. V. Altenhofen & T. Raso (Orgs.), Os contatos linguísticos no Brasil. UFMG.
Mufwene, S. S. (2017). Language vitality: The weak theoretical underpinnings of what can be an exciting research area. Language, 93(4), 202–223. https://doi.org/10.1353/lan.2017.0065
Oliveira, K. da S., Silva, M. S. de S., & Camilo, M. (2015). Wapichan Paradan Idia’na Aichapkary Pabinak na’ik Kadyzyi kid. Museu do Índio; FUNAI.
OPIRR & PIDRR. (2005). Makusi pe esenupan painîkon. “Vamos aprender Makuxi”: apostila das lições do Programa de língua makuxi para a Rádio FM Monte Roraima.
OPIRR & PIDRR. (2006). Watuminhap wapichan da’y! “Vamos aprender Wapichana!”: apostila das lições 1 A 26 do Programa de língua wapichana para a Rádio FM Monte Roraima.
Pauwels, A. (2016). Language maintenace and shift. Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9781107338869
Pinho, T. M. S. (2019). Negação morfológica na língua Wapichana [Tese de mestrado, Universidade Federal de Roraima].
Raposo, C. A. (2008). Dicionário da língua Makuxi. Edufrr.
Raposo, D., Raposo, J., Carson, B., & Carson, N. M. (2019). The Neusa Martins Carson and Bill Carson collection of Macuxí sound recordings. Survey of California and Other Indian Languages, University of California, Berkeley. http://cla.berkeley.edu/collection/10116
Santos, M. (1995). Os sons e a sílaba da língua Wapichana: Uma perspectiva não-linear [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina].
Santos, M. (2006). Uma gramática do Wapixana (Aruák): Aspectos da fonologia, da morfologia e da sintaxe. Tese (Linguística), Universidade Estadual de Campinas.
Scannell, K. (2018). Crúbadán language data for Macushi. The Crúbadán Project. http://crubadan.org/languages/mbc
Silva, A. C. da. (2009). Educação Indígena Makuxi pelas Ondas da FM Monte Roraima (2003-2008) [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Amazonas].
Silva, B. da, Silva, N. de S., & Oliveira, O. (2013). Paradakary urudnaa: Dicionário Wapichana/português, português/ Wapichana. Universidade Federal de Roraima.
Tracy, F. V. (1972). Wapishana phonology. In J. E. Grimes (Org.), Languages of the Guianas (pp. 78–84). Summer Institute of Linguistics; University of Oklahoma.
Tracy, F. V. (1974). An introduction to Wapishana verb morphology. International Journal of American Linguistics, 40(20), 120–125. https://doi.org/10.1086/465294
UNESCO. (2003). Language vitality and endangerment. UNESCO. http://www.unesco.org/culture/ich/doc/src/00120-EN.pdf
Van Diermen, L. (2015). Saving Wapishana: Evaluating the chances for revitalization of an endangered language [Dissertação de mestrado, Universidade de Utrecth].
Williams, J. (1932). Grammar, notes and vocabulary of the language of the Makuchi Indians of Guiana. Anthropos, (8).