Falares poloneses no sul do Paraná: descrição linguística e confluências com o português

Autores

  • Luciane TRENNEPHOL DA COSTA Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Irati (Paraná) Brasil

Palavras-chave:

Brasil, Estado do Paraná, imigrantes poloneses, descrição linguística, variação linguística, fonética acústica, VARLINFE, línguas de imigração

Resumo

O Estado do Paraná, localizado no sul do Brasil, recebeu milhares de imigrantes poloneses no final do século XIX e início do século XX. Esses imigrantes e seus descendentes cultivaram e mantiveram a cultura polonesa no Brasil, materializada na arquitetura, na culinária, no artesanato, nos ritos religiosos e no uso das línguas eslavas. O bilinguismo foi intenso na região e ainda hoje se faz presente, sendo que a língua eslava muitas vezes ainda é a primeira língua destes descendentes. Neste texto, apresentaremos dois eixos de pesquisas linguísticas desenvolvidas por pesquisadores da UNICENTRO vinculados ao Núcleo de Estudos Eslavos – NEES. Por um lado, investigamos a estrutura da língua polonesa falada na região, descrevendo seus detalhes fonéticos através de análise acústica com o software PRAAT. Essas pesquisas demonstram as particularidades desta língua que não é exatamente o polonês falado na Polônia atualmente, mas a língua trazida pelos imigrantes há um século atrás e que se diferenciou durante este tempo em contato com o português. Por outro lado, investigamos as características da fala destes descendentes na perspectiva teórica da sociolinguística quantitativa laboviana em busca das possíveis contribuições das línguas eslavas, polonês e ucraniano, para a constituição do português brasileiro falado na região. Para tanto, constituímos o Banco de Dados Variação Linguística de Fala Eslava – VARLINFE.

Biografia do Autor

Luciane TRENNEPHOL DA COSTA, Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Irati (Paraná) Brasil

Professora Adjunta na Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Cidade Irati (Paraná) Brasil

Referências

• Boersna, P., Weenik, D. (2013). PRAAT Doing Phonetics by Computer. Amsterdam: University of Amsterdam.
• Costa, L.T. (2016). Os sons oclusivos no polonês falado em Mallet, PR. Revista (Con) Textos Linguísticos, 10 (16), 52-66.
• Costa, L.T., Loregian-Penkal, L. (2016). O fenômeno de não-elevação da vogal /e/ na fala de descendentes de eslavos de Mallet, Paraná, Brasil. Revista de Letras Norte@mentos, 9 (20), 85-99.
• Costa, L.T., Gielinski, M. (2014). Detalhes fonéticos do Polonês falado em Mallet. Revista (Con) Textos Linguísticos, 8 (10), 159-174.
• Costa, L.T., Loregian-Penkal, L. (2015). A coleta de dados do banco VARLINFE – variação linguística de fala eslava: peculiaridades e características. Revista Conexão UEPG, 11 (1), 100-110.
• Dlugosz, C. (2009). Dicionário de polaco-português/português-polaco. Porto: Editora Porto.
• Fant, G. (1960). Acoustic Theory of Speech Production. The Haugue: Mouton.
• Gluchowski, K. (2005). Os poloneses no Brasil: subsídios para o problema da colonização polonesa no Brasil. Porto Alegre: Rodycz & Ordakowski Editores.
• Kent, R.D., Read, C. (1992). The Acoustic Analysis of Speech. San Diego: Singular Publishing Group.
• Loregian-Penkal, L., Costa, L.T. (2014, maio). Elevação da vogal /e/ na fala de descendentes de poloneses de Mallet-PR: uma análise variacionista. Web-Revista Sociodialeto, 4 (12).
• Loregian-Penkal, L., Costa, L., Lemke, C.E., Jacumasso, T. (2013). Banco de dados Variação Linguística de Fala Eslava VARLINFE. In: J.A. Campigoto, R. Chicoski (orgs.), Brasil-Ucrânia: linguagem, cultura e identidade. Jundiaí: Paco Editorial, 25-43.
• Wachowicz, R.C. (2002). As escolas da colonização polonesa no Brasil. Curitiba: Champagnat.

Publicado

2017-12-30

Edição

Seção

Debate