Inquietações teórico-metodológicas em torno dos conflitos socioterritoriais no Oeste da Bahia

Autores

Palavras-chave:

Brasil, espaço, terra, apropriação, conflito

Resumo

Neste artigo identifico pistas para a construção de possíveis respostas à questão acerca de condições teóricas e sociais que possibilitam a tradução e tratamento dos conflitos socioterritoriais no Oeste da Bahia, região considerada como parte da atual fronteira agrícola e que se destaca no cenário de conflitualidade agrária como marca da formação espacial brasileiro e latino-americana e, sobretudo, pela expansão do capitalismo rural, exibindo alta concentração fundiária e com maior incidência de trabalhadores rurais reduzidos a condição análoga à de escravo no Estado. Busco compreender o que se entende por espaço e qual o lugar que este conceito-chave ocupa na história do pensamento geográfico, assim como indago como o conceito de espaço pode contribuir para o estudo da questão agrária, dos conflitos socioterritoriais, como se dá a produção do espaço agrário, como se dão as imbricações e em que consiste o movimento da história como necessário à compreensão do espaço. Sem pretensões de esgotamento, identifico pontos de contato entre as racionalidades geográfica, econômica e político-jurídica.

Biografia do Autor

Cloves dos Santos Araujo, Universidade Federal da Bahia, Brasil

Mestre em Direito UNB; Professor do curso de Direito da UNEB; Doutorando em Geografia UFBA; Pesquisador do GeografAR (UFBA/IGEO

Referências

Arrighi, G. (2008). Adam Smith em Pequim. Origens e fundamentos do século XXI. São Paulo: Boitempo.

AATR. (2017). No rastro da grilagem. Salvador: Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais.

Capella, J.R. (2002). Fruto proibido: uma aproximação histórico-teórica ao estudo do Direito e do Estado. Porto Alegre: Livraria do advogado.

CPT. (2017). Conflitos no Campo Brasil 2016. Goiânia: Comissão Pastoral da Terra.

Correa, R. L. (2014). Espaço: um conceito-chave da Geografia. Em: I. E. de Castro, P. C. da Costa Gomes, R. Lobato Corrêa (org.), Geografia: Conceitos e temas (pp. 15-49). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Coutinho, E. S., Germani, G.I., Oliveira, G. G. (2013). Expansão da Fronteira Agrícola e suas relações com o Trabalho Análogo a de Escravo no Nordeste da Bahia. Brasiliana – Journal for Brazilian Studies, 2(2), 236-263.

Dardot, P.; Laval, C. (2017). Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. São Paulo: Boitempo.

Dussel, H. (2007). Ética da libertação na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2007.

Garmani, G. I. (2010). Questão Agrária e movimentos sociais: a territorialização da luta pela terra na Bahia. Em: A.S. Coelho Neto et al. (org.), (GEO)grafias dos movimentos sociais (pp. 269-304). Feira de Santana: UEFS Editora. Disponível em: http://www.geografar.ufba.br/sites/geografar.ufba.br/files/geografar_germani_questaoagrariamovimentossociais.pdf

Garmani, G. I. (2001). Assentamentos de reforma agrária: produção de novos espaços de vida e de conflitos. Cultura Vozes, 6 (95), 67-84.

Gomes, P. J.C. (2014). Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Gustin, M. B. S.; Dias, M.T.F. (2006). (Re)pensando a pesquisa jurídica: teoria e prática. Belo Horizonte. Del Rey.

Haesbaert, R. (2014). Desterritorialização: entre s redes e os aglomerados de exclusão. Em: I. E. de Castro, P. C. da Costa Gomes, R. Lobato Corrêa (org.), Geografia: conceitos e temas (pp. 165-205). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Harvey, D. (1976). Teoría revolucionaria y contrarrevolucionaria en geografía y el problema de la formación del ghetto. Cuadernos críticos de Geografía Humana, (4). Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/geo4.htm.

Japiassu, H. (1975). O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda.

Lukács, G. (2012). Para uma ontologia do ser social. São Paulo: Boitempo.

Kosik, K. (1976). Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Kuhn, T. (2003). A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva.

Marés, C. F. (2003). Soberania do podo, poder do Estado. Em: A. Novaes (org.), A crise do Estado-nação (pp. 229-256). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Marx, K. (1987). Manuscritos Econômico-Filosóficos e outros textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural.

Marx, K. (2013). O capital: crítica da economia política: livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo.

Moraes, A. C. R. (1989). A gênese da geografia moderna. São Paulo: HUCITEC.

Moreira, R. (2014). A formação espacial brasileira: contribuição crítica aos fundamentos espaciais da Geografia do Brasil. Rio de Janeiro: Consequência.

Moreira, R. (2016). A geografia do espaço-mundo: conflitos e superação no espaço do capital. Rio de Janeiro: Consequência.

Moreira, R. (2017). Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto.

Nery, H. M.; Germani, G. I.; Oliveira, G. G. (2013). Estado e fronteira: reflexões a partir da frente pioneira do Oeste da Bahia. Em: A. A. M. Fonseca (org.), Estado, território e a dinâmica das fronteiras: reflexões e novos desafios (pp. 97-124). Salvador: JM Gráfica e Editora.

Netto, J. P. (2015). Apresentação: Marx em Paris (pp. 9.178). Em: Cadernos de Paris; Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Expressão Popular.

Plekhanov, G. (1980). A concepção materialista da história. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Prado, E. F.S (1994). A constelação pós-walrasiana. Revista de Economia Política, 14 (4), 110-117.

Ribeiro, D. (1983). O processo civilizatório: estudos de antropologia da civilização (7ª ed). Petrópolis: Vozes.

Ribeiro, R. J. (2003). Medo e esperança em Hobbes. Em: A. Novaes (org.), A crise do Estado-nação ((pp. 137-165). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Santos, B. S. (2002). Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento.

Santos, M. (2012). Espaço e método. São Paulo: EDUSP.

Santos, M. (2014). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP.

Souza, R. (1978). As relações entre a reforma do estado e a dominação do capital na China: as transformações pós-1978 (tese de doutorado). Salvador: Escola de Administração da UFBA.

Souza, R. (2017). The New China: revolution and economic strategy in relations with the Soviet Union and the United States. Memphis: Mimeo.

UFBA - Universidade Federal da Bahia: Projeto GeografAR. Disponível em: www.geografar.ufba.br.

Publicado

2019-06-30