A constituição do “eu” em entrevistas com descendentes de italianos no Brasil: Tempo e espaço como marcas de memória e identidade
Palavras-chave:
descendentes de italianos, imigração no Brasil, discurso, memória, identidade, história oralResumo
Na sociedade brasileira contemporânea, a presença italiana ligada às várias épocas da migração é ainda hoje muito forte. Partindo do pressuposto que narrativas de descendentes de italianos podem ser um canal de acesso privilegiado a essa presença, o objetivo deste artigo é analisar o que dizem sobre a Itália e ser “italianos” aqueles que são italianos de origem, mas brasileiros de nascimento e que tipo de representações vinculam à memória de seu passado familiar. O corpus aqui analisado é composto por cinco entrevistas com uma duração entre 20 e 50 minutos cada uma. Trata-se de uma amostra que permite iniciar reflexões e reconhecer recorrências e foi selecionada a partir do material coletado no âmbito de um projeto maior, que reúne relatos, narrativas e testemunhos a respeito de vários aspectos de histórias de vida de descendentes de italianos no Brasil. As entrevistas foram gravadas seguindo a abordagem metodológica da História Oral e a análise, de tipo qualitativo e exploratório, utiliza como referência as teorias da enunciação e se concentra, em especial, na observação de como se constitui o “eu” em sua relação com as categorias do tempo e do espaço.
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