A constituição do “eu” em entrevistas com descendentes de italianos no Brasil: Tempo e espaço como marcas de memória e identidade

Autores

Palavras-chave:

descendentes de italianos, imigração no Brasil, discurso, memória, identidade, história oral

Resumo

Na sociedade brasileira contemporânea, a presença italiana ligada às várias épocas da migração é ainda hoje muito forte. Partindo do pressuposto que narrativas de descendentes de italianos podem ser um canal de acesso privilegiado a essa presença, o objetivo deste artigo é analisar o que dizem sobre a Itália e ser “italianos” aqueles que são italianos de origem, mas brasileiros de nascimento e que tipo de representações vinculam à memória de seu passado familiar. O corpus aqui analisado é composto por cinco entrevistas com uma duração entre 20 e 50 minutos cada uma. Trata-se de uma amostra que permite iniciar reflexões e reconhecer recorrências e foi selecionada a partir do material coletado no âmbito de um projeto maior, que reúne relatos, narrativas e testemunhos a respeito de vários aspectos de histórias de vida de descendentes de italianos no Brasil. As entrevistas foram gravadas seguindo a abordagem metodológica da História Oral e a análise, de tipo qualitativo e exploratório, utiliza como referência as teorias da enunciação e se concentra, em especial, na observação de como se constitui o “eu” em sua relação com as categorias do tempo e do espaço.

Biografia do Autor

Elisabetta Santoro, Universidade de São Paulo

É graduada em Línguas e Literaturas Estrangeiras na Università degli Studi di Bari (alemão/ inglês) e em Tradução na Ruprecht-Karls Universität de Heidelberg (alemão/italiano/português). Mestrado e doutorado foram concluídos na Universidade de São Paulo (USP), na qual desde 2003 é docente da Área de Língua e Literatura Italiana. Seus principais interesses de pesquisa são: aquisição, aprendizagem e ensino do italiano L2, pragmática linguística, semiótica narrativa e discursiva e relações Itália-Brasil, Sobre esses temas publicou artigos e ensaios. É presidenta da Associação Brasileira de Professores de Italiano (ABPI), membro da diretoria da Associação Internacional de Professores de Italiano (AIPI) e sócia de outras associações científicas da área. É líder do Grupo de Pesquisa “Pragmática (inter)linguística, cross-cultural e intercultural” (GPP) e vice-líder do Grupo de Pesquisa “Língua, Identidade e Memória: o italiano dos Italianos do Brasil” (GLIM), além de pesquisadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Universidade de São Paulo).

Giliola Maggio, Universidade de São Paulo

É professora e pesquisadora do Departamento de Língua e Literatura Italiana da Universidade de São Paulo. Doutora em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Em sua tese focalizou a língua e o ambiente da comunidade de imigrantes italianos de Pedrinhas Paulista, cidade do interior do Estado de São Paulo. Atualmente, dedica-se ao estudo da língua italiana falada no Estado de São Paulo, com ênfase em estudos sobre língua de herança, memória e identidade. Dedica-se, também, ao Ensino e aprendizagem da língua italiana. É líder do Grupo de Pesquisa “Língua, Identidade e Memória: o italiano dos Italianos do Brasil” (GLIM), vice-líder do Grupo de Estudos sobre Lí­ngua de Herança no Brasil (GELHE) e pesquisadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Universidade de São Paulo).

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Publicado

2021-06-30